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- Cangaço - Onde e como?
O cangaço surgiu e desenvolveu-se na região
semi-árida do nordeste brasileiro, no império da caatinga, nome que significa "mata
branca". Não é uma área pequena, cobrindo cerca de 700 mil quilômetros quadrados.
Na caatinga existe um único
rio perene, o São Francisco, o velho Chico, tão conhecido por todos. Os outros rios
secam e desaparecem durante a época da estiagem, quando os únicos a não sofrer são os
coronéis, muitos deles transformados, atualmente, em políticos. Se mudaram a roupagem,
não mudaram os hábitos, e continuam, de maneira geral, procurando tirar o máximo
proveito possível da situação.
Nos leitos dos rios secos,
durante o período de nossa história, que vai de 1900 a 1940, os sertanejos cavavam
cacimbas, procurando o pouco de água que ainda restava. Ainda hoje, em muito lugares,
essa é uma das poucas formas de se conseguir alguma água, mesmo de má qualidade. Outra
maneira era cavar à procura da raiz de uma árvore chamada umbu, extraí-la da terra e
espremê-la até obter um pouco de líquido com as mesmas qualidades da água. Os
cangaceiros utilizavam-se muito desta última forma de conseguir "água".
Os sertões de Alagoas, Bahia,
Ceará, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Sergipe serviram de palco para o drama
que envolveu milhares de nordestinos, apesar de existirem, em meio à aridez da região,
verdadeiros oásis. Em Pernambuco, por exemplo, está Triunfo, a 1180 metros acima do
nível do mar, onde existe uma cachoeira de 60 metros de altura. A temperatura chega a
cair, durante a noite, a 5 graus, e existem árvores frutíferas em abundância. No
sertão do Cariri, no Ceará, há uma região coberta de mata, formando uma floresta
tropical com árvores de até 40 metros de altura. Outros exemplos de locais de clima
ameno são Garanhuns e a região de Serra Negra, no município de Floresta, ambos em
Pernambuco.
Já de aspecto completamente
oposto, o Raso da Catarina e a região de Canudos são pontos em que a natureza
aprimorou-se em deixar a terra nua e sáfara, totalmente árida.
A fauna nordestina varia
dependendo do tipo de clima.
Quando Lampião andava por
aqueles sertões, ali existiam onças pintadas, suçuaranas, onças pretas, veados e tipos
variados de serpentes, como jararacas, jibóias, cascavéis, etc. O gavião carcará é um
dos mais conhecidos habitantes dos sertões, assim como diversas espécies de lagartos.
Papagaios, periquitos, canários, juritis, azulões, anus pretos e emas eram também
numerosos naquela época. À beira do Rio São Francisco encontrávamos jacarés guaçú,
pipira, tinga, o de papo amarelo, etc.
Hoje é uma outra história,
pois o homem teima em destruir a natureza.
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