quinta-feira, 19 de janeiro de 2012
Desde que o mundo é mundo, a mentira tem sido um dos grandes males da humanidade. Certamente milhares de páginas seriam gastas para enumerar as mentiras, pequenas ou grandes, que são do conhecimento público. Vamos relembrar algumas delas?
Começamos por uma histórica, misto de mentira e traição. A atitude de Judas ao beijar Jesus e assim sinalizar aos torturadores da época, é um capítulo à parte na história do cristianismo. Indigno, covarde e traidor, ele tornou-se o grande vilão e seu nome está hoje nos dicionários como sinônimo de falso amigo, traidor. O Judas da história, corroído pelo remorso e pela mentira, suicidou-se. No Brasil, ele é linchado em praça pública todos os anos no sábado de aleluia.
Da mesma época, e o filme a Paixão de Cristo serviu para refrescar nossa memória, são as três famosas mentiras de Pedro, o apóstolo, ao negar que conhecia Jesus. Tá certo que a cana estava dura naquele momento, mas ele não precisava ser tão covarde. Mesmo assim foi perdoado e faz parte do time dos grandes ídolos da Igreja Católica.
A mentira está presente nos argumentos para justificar uma guerra. As atrocidades são tantas, que as nações bélicas inventam as mais esfarrapadas desculpas para tentar iludir a opinião pública. Recentemente, o mundo ouviu um amontoado de mentiras usadas para justificar a invasão e ocupação de um país. Como a mentira tem pernas curtas, não demorou muito para que os fatos desmentissem os argumentos do invasor.
Não faz muito tempo, os americanos viram seu ex-presidente Bill Clinton mentir, ao negar ter tido um caso extraconjugal com a estagiária Monica Lewinsky. Na maior cara de pau, Clinton argumentou na época que a prática do sexo oral não caracterizava um relacionamento sexual. Por causa disso, Clinton teve que enfrentar um processo de impeachment e prestar um depoimento humilhante, transmitido pela TV para o mundo inteiro, onde admitiu as intimidades que praticava às escondidas no Salão Oval da Casa Branca. Escapou de perder o mandato, mas teve que pedir desculpas à nação e ficou com fama de mentiroso.
Não se pode escrever sobre a mentira, sem lembrar-se de políticos que pregam a mentira prometendo mundos e fundos. Vale prometer qualquer coisa para conseguir o voto do eleitor, mas quatros anos passam tão rápido. O pior é que o eleitor sabe tem políticos não merecem confiança e nem credibilidade. Marqueteiro de plantão. Nas últimas eleições, mais de 10 mil eleitores saboeirenses escolheram um Engenheiro pra tomar conta de nossa cidade. Nele depositaram todas as esperanças de uma vida melhor e mais digna. Como as promessas de campanha não se tornaram realidade até agora será que vale apena acreditar novamente em promessas mirabolantes.
Para encerrar, não posso deixar de falar do mentiroso nosso de cada dia. Suas mentiras não chegam a interferir na história da humanidade, mas afetam o relacionamento pessoal e profissional das pessoas. São os mentirosos anônimos e os mentirosos assumidos que sempre em busca de alguém que acredite em suas histórias inverídicas e mirabolantes. Usam a boa fé das pessoas e suas carências para enganá-las com falsas promessas que nunca poderão ser cumpridas. O mentiroso contumaz é aquele que muitas vezes se faz de amigo e cria situações e projetos que jamais serão executados, pois não passam de mentiras oportunistas para impressionar suas vítimas com o objetivo querendo se passar como bonzinho.
Infelizmente, a mentira não pode ser combatida por nenhuma força policial, mas de vez em quando ela vai parar na Justiça quando alguém que se julga prejudicado busca uma reparação moral ou material. Nesse caso, estão os erros e as mentiras da mídia. Não são poucas as pessoas, artistas ou não, atingidos em suas honras por notícias mentirosas ou mal apuradas. Quando o jornalista ou blogueiro esquece sua obrigação primeira com a verdade e a ética ele deve ser responsabilizado pelo estrago que causou.
Portanto, prezado leitor, é preciso ter cuidado com a mentira. A propósito, você mente muito ou apenas deixa escapar uma conveniente mentirinha de vez em quando? Não, não precisa responder, basta apenas pensar no assunto.
Fonte: Iltemar Martins
